Ao longo de minha vida sempre me sentí descartável.
Não cultivei amigos em minha infância, se retorno à minha cidade natal, não há pessoas para buscar e amigos para confraternizar.
Tenho pais que moram no interior e em idade avançada.
Tenho uma filha que desponta para a vida e mora com meus pais.
Mas o trauma de lembranças dolorosas a mim infrigidas por um pai alcoolatra criam em mim a repulsa de retornar ao lar paterno.
É um sentimento que a religião, a fé e os dogmas, não me ajudam a supera lo
O tempo não pode curar passa rapidamente e, rapidamente me distancio dia a dia da perspectiva de reaver outra vez uma família.
Ninguém me procura. E os meus conhecidos não podem também me ajudar.
Pode ser que aqui no Rio de Janeiro eu também não tenha conquistado amigos.
Sofrí um atentado recentemente.Fora as sequelas físicas, vieram à tona muito intensamente as mazelas da alma.
Há dias já não saio para trabalhar.
Minha vista está turva.
Meu corpo dói.
Minhas mãos têm feridas abertas.
Meu coração está com medo.
Descobrí que igual no Ceará eu não semeei amizades.
É natual que as pessoas me ignorem; nesse caso apenas uma me telefonou após a tragédia.
Sinto nesses momentos um leque enorme de lutas, de desafios, labutas, batalhas, ele se abre a me dá poucas alternativas.
Eu luto, esperneio e choro. Choro e saio. Vêm as perguntas. Reflexões. Por quê saio dessas batalhas? Para repetí las amanhã?
Minha mente se embaralha.
Não consigo viver o futuro.
Vivo o momento.
Não consigo viver o passado. Reviro no.
Não encontro nada que eu tenha construído.
E por ser o futuro tão distante e incerto, sobra apenas o agora.
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