O tempo que me resta...
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui pra frente do que já vivi...
Tenho mais passado do que futuro…
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de jabuticabas… as primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço…
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades…
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados…
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte….
Já não tenho tempo para conversas intermináveis… para discutir assuntos sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha…
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas que, apesar da idade cronológica, são imaturas…
Detesto fazer acareação com desafetos que brigaram para serem grandes em coisas pequenas.
“As pessoas não debatem conteúdos…
Apenas rótulos…”
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos…
Quero a essência…
Minha alma tem pressa…
...E sem muitas jabuticabas na bacia, eu quero viver ao lado de gente humana, muito humana… que sabe rir de seus próprios tropeços… e não se considera eleita antes da hora…
...Gente que não foge de sua mortalidade…
Quero caminhar perto de coisas e pessoas de verdade que tenham o essencial para fazer a vida valer a pena…
Pois para mim hoje me basta o essencial!
