O Alcoólatra - quando sua existência incomoda

Você não é somente vítima de sua doença, torna se o culpado maior.
Épocas inteiras de trabalho se perdem em vazio. Doam lhe migalhas de uma compreensão acanhada, e ufania, como favor. Você já não é bem visto no grupo dos conhecidos, criam lhe uma preocupação despudorada; talvez para que você desapareça. É uma angústia anarquista e o divide entre a razão, a raiva, a emoção, a perda, enfim. Já não tem mais credibilidade e, as pessoas se afastam. Há somente agora uma mistura de vergonha, tristeza e desalento. Seu isolamento aumenta quando sente se desvalorizado. Sabem clara e deliberadamente, apontar lhe as falhas, mas não as razões e os possíveis caminhos que o levaram a sua derrocada humana. Dissipam se as forças e a coragem para reagir, enfrentar e buscar a provável saída para males mais nocivos a si próprio somente. As oportunidades se esvaem entre os dedos. Nada há para perder agora, nessa etapa da vida já se tornou um mendigo, também do que é material. Diante disso até o pouco de dignidade acabou, já não tem razão de ser.
O que um alcoólatra perde primeiro é a família; quando a situação se agrava vão se os conhecidos e em seguida os amigos; por último fica sem moral. Ja não trabalha e assim aproxima se o seu fim, não deixará legado, será visto somente pelo o que ele realmente foi e representou:
Um bêbado e sem moral.